sexta-feira, 28 de junho de 2013

Você e Deus


Quem começa a se interessar por filosofia logo percebe que Deus e o Amor são temas recorrentes nos textos filosóficos. 


Em “Amor” André Comte Sponville, filósofo francês da atualidade, afirma ser esse assunto o mais interessante de todos. Contra os que não concordam com essa ideia, Comte argumenta que, mesmo que não estejamos falando de amor, estamos sempre falando do amor que temos por algo ou por alguém. 

Assim como o Amor, Deus parece ser, senão o assunto mais interessante, um assunto quase sempre inevitável para os filósofos. Se ele não for o tema central da reflexão, acabará sendo a causa ou solução para quase tudo que não se consegue compreender ou assimilar. 

Muitas vezes a motivação primeira dos questionamentos filosóficos é um profundo sofrimento por conta de imposições religiosas baseadas em ideias fantasiosas sobre Deus. E não é raro que, na busca pelas suas verdades, o filósofo acabe se enroscando em suas próprias teorias e termine apelando para Deus. Não é muito difícil entender o porquê disso. 

Deus é uma daquelas verdades que encontramos prontas quando chegamos ao mundo. Recebemos essa ideia já elaborada e ao longo de toda a nossa vida, tentaremos entendê-la e estabelecer com ela a melhor forma possível de relacionamento. 

Mal aprendemos a pronunciar “mamãe” e já estamos às voltas com “Papai do céu”. Crescemos convivendo o tempo todo com expressões como “Vai com Deus, Deus é mais, Deus te acompanhe, Deus te ajude, Deus te Guie... Deus castiga. Deus sabe o que faz. Deus escreve certo por linhas tortas. Graças a Deus... Meu Deus!” – Como é que poderíamos conceber com facilidade a ideia de um mundo sem um criador? 

Com todo respeito, e pedindo aos filósofos de carteirinha que me perdoem, eu acho fantástico imaginar que Descartes tenha se torrado os miolos pra concluir que, se havia nele uma ideia de Deus, era porque o próprio Deus havia colocado essa ideia nele. Por acaso Descartes vivia em algum universo paralelo, isolado de tudo e de todos? 

À medida que vamos adquirindo autonomia, passamos a questionar as verdades preestabelecidas e a consequência disso é questionarmos também esse Deus que existiu desde sempre e que suscita tanta polêmica no mundo todo. 

Enquanto muitos se contentam com um Deus herdado outros muitos, pelos mais variados motivos, começam a duvidar dele. Considero natural que em certas fases da vida nos sintamos crentes, enquanto que, em outras, fiquemos céticos. Mudar de opinião faz parte do nosso crescimento. 

Muito longe de pretender aqui defender a existência ou não de um Deus, o que quero propor é que pensemos sobre as confusões que se criam em torno de Deus e da religião. 

Ao longo do ano passado, em vários momentos, durante as aulas de Filosofia Antiga do curso que frequento, percebia-se uma inquietação de alguns alunos quando o professor tocava no nome de Deus. Eles se sentiam incomodados porque, por serem ateus, queriam evitar Deus a todo custo. Num certo momento perguntaram ao professor se quando ele dizia “Deus” estava se referindo ao “Bem”. Aquilo criou uma espécie de saia justa, porque ficou evidente que, a cada vez que o professor fosse usar o nome de Deus, se perguntaria o quanto estaria incomodando aqueles alunos ateus. Desnecessário isso. Será que esse alunos não poderiam simplesmente receber a mensagem e decodificá-la silenciosamente? Se para eles “Deus” significava “Bem”, a questão estava resolvida. Eles poderiam , por algum respeito aos alunos não ateus, deixar isso passar batido. Mas não. Havia ali uma enorme vontade de combater a Deus. 

Certa noite, encontrei a seguinte frase na lousa: “Deus não existe e não faz falta”. E foi então que percebi claramente o quanto havia de ressentimento ali. E a partir desse momento começou a ficar claro para mim que a presença de Deus na vida do ateu é, muitas vezes, algo muito forte. Talvez mais forte do que na vida daqueles que naturalmente aceitam Deus como uma verdade indubitável. Excetuando os ateus que simplesmente não acreditam e para quem isso não constitui problema, muitos ateus parecem ser, na verdade, ressentidos. E se há ressentimento é porque havia uma expectativa que foi frustrada. 

Pergunto: quem gerou essa expectativa? Ouso dizer que não foi Deus. Se existe um Deus, decerto ele nada tem a ver com as fantasias que os homens criam usando-o como justificativa para manipular o ser humano. 

Por conta de tradições religiosas podemos crescer acreditando que Deus é um pai bondoso que jamais permitirá que o mal chegue até nós. Numa barganha que só a razão humana poderia arquitetar, ele nos pouparia da dor e satisfaria nossos desejos em troca de orações, louvores e, quem sabe até de um dízimo. Em algum momento abrimos os olhos e percebemos que não há privilegiados e que o mundo está cheio de dor e de mal. E nos decepcionamos profundamente com Deus. É comum nos depararmos com alguém que, de repente, coloca em dúvida a existência de Deus por conta da morte de um ente querido, ou porque percebeu, num estalo, que há injustiça no mundo. É interessante observar que os insights, na maior parte das vezes, se dão quando a desgraça nos toca bem de perto. Decepcionados, passamos a combater Deus, porque nos sentimos traídos. Mas... pense bem: foi mesmo Deus que nos prometeu um mundo de maravilhas? 

Vamos partir do pressuposto de que Deus exista. Se Deus é uma ideia de supremo BEM incrustada na vida das pessoas ao redor do mundo todo e, portanto, quase unanimidade, é concebível que em nome dele se promova a segregação e o desacordo? 


Embora saibamos que o próprio conceito de Deus é criação do homem, podemos encontrar nele um sentido. Mas, é preciso ter em mente que tudo o que se fala a respeito de Deus é criação do homem. A fértil criatividade humana produziu uma variedade enorme de religiões, cada qual com suas particularidades, defendidas com unhas e dentes por seus adeptos. Decorrem daí as intrigas e disputas religiosas, os jogos de poder e o fundamentalismo, que não raro culminam em guerras. Você acha mesmo que Deus acharia bacana isso? Cada religião pode forjar todo tipo de desculpa para justificar o injustificável. O que é uma contradição inaceitável é que, em nome de Deus, seres humanos fiquem se futricando e se aborrecendo, tentando fazer valer suas próprias convicções. 

Há pouco tempo bati um longo papo com uma mãe de família que apanhara durante 24 anos de um marido desequilibrado. Essa mulher atravessara a vida desejando a separação para tentar, finalmente, ser feliz. Ela conseguiu. Assinou o divórcio como quem recebe uma carta de alforria. Mas, então, o pastor com quem costuma se orientar lhe disse com todas as letras que ela jamais poderia casar-se novamente, porque está escrito na Bíblia que uma mulher divorciada não tem direito a um novo casamento. Percebi nela uma enorme impotência para questionar tal condenação à infelicidade perpétua. Será mesmo que Deus condenaria alguém a viver uma vida apanhando e ainda lhe castigaria com a proibição de viver um novo amor? Afinal, Deus não gosta do amor? É concebível isso? 

Outro dia alguém postou no facebook uma publicação sobre uma súbita implicância das lésbicas com crucifixos em lugares públicos. Seguiu-se ali uma enxurrada de comentários em que se percebia o quanto de confusão existe sobre ser Católico ou Cristão, ser o Brasil um país laico, sobre serem as lésbicas atéias... enfim, uma bagunça. Mas, abstraindo-se as opiniões pessoais, o que restava ali era uma disputa pela posse da razão. E uma agressividade. Mesmo que às vezes velada, uma grande agressividade. Em nome de Deus. 

Lembrei então de um vídeo em que Drauzio Varella dizia, com muita serenidade, que era ateu desde sempre, e que respeitava todos os religiosos, mas percebia uma grande violência dos religiosos contra os ateus. Como se ateus não pudessem ser homens de bem. São equívocos gerados pelas religiões. 

Todas as vezes que questionei os que defendem a Bíblia como verdade absoluta, perguntando-lhes, afinal, quem escreveu a Bíblia, a resposta que tive foi que foram homens inspirados por Deus. Pois é... mesmo que se aceite que a inspiração veio de Deus, o recado foi passado através da razão humana. 

Quando comento com religiosos sobre a dificuldade que tenho em compreender os textos bíblicos a resposta também é recorrente: é preciso de orientação para entender a fundo as mensagens bíblicas. Pois é... digo eu, novamente. Essa orientação virá de quem? De homens que interpretaram a Bíblia e que me orientarão de acordo com suas próprias interpretações, que, na verdade, não são muito próprias, porque eles também tiveram uma orientação prévia. Ou seja: não escapamos da interpretação humana. 

É assim, graças a interpretações humanas, e pelo não questionamento dessas interpretações, que vemos mulheres agoniadas se sentindo culpadas por desejar viver um novo amor. É assim que vemos grupos imensos cantando louvores motivados pela crença de que Deus ficará feliz com isso. É assim que mulheres estupradas ainda precisam passar por verdadeira tortura psicológica para fazer um aborto. É assim que relacionamos prazeres carnais à culpa. E é assim que, em lugar de nos regozijarmos com uma vida plena, passamos a vida nos debatendo entre aquilo que de fato sentimos e aquilo que as religiões pregam. 

E é assim que concluo que as religiões apequenam Deus e promovem a segregação. E que grande parte dos que se revoltam contra Deus está, na verdade, revoltada contra as religiões. 

Minha sugestão é que, já que a ideia de Deus é algo tão forte e plausível para muitos, e inadmissível, mas ainda assim muito forte, para outros, tentemos pensar nisso sem a interferência das interpretações religiosas. 

Podemos olhar o mundo à nossa volta, rever todo o percurso da nossa vida, sentir o que vai dentro de nosso coração, ouvir nossas próprias respostas e concluir algo. Sabendo, de antemão, que somos livres para repensar Deus enquanto vivermos. 

Porque, se há um Deus e se é importante para você compreendê-lo, isso é trabalho seu. 

Isso é entre você e Deus. 


Escrito por Ana Lúcia Sorrentino
em 11/03/2012

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Emoção não tem idade, em qualquer época da vida podemos amar




Preconceitos em geral inibem as pessoas mais velhas e evitam que se apaixonem, namorem com o cônjuge ou encontrem um novo parceiro. Mas é ao atingir a maturidade, depois de muitas experiências, que o idoso domina as frustrações e melhor sabe aproveitar os momentos prazerosos. Idosos devem trabalhar, sair, viajar, dançar, namorar, se apaixonar, ter fantasias. Viver.



O amor, cedo ou tarde, é sempre o mesmo. O corpo pode mudar, mas não os sentimentos. Depois de muitas experiências e também de desilusões, a pessoa mais velha é capaz de amar com intensidade, mas sabendo lidar com as frustrações inerentes a qualquer relacionamento. Ao contrário dos jovens, torna-se menos exigente e sabe valorizar os bons momentos.

Existe um ditado que diz: “Se a juventude soubesse, e se a velhice pudesse”. Hoje, acho que a juventude ainda não sabe, porém a velhice pode. Cinquenta, sessenta ou setenta, até oitenta ou mais - tanto faz. Os exemplos estão por toda parte. Com uma vida saudável, somos iguais ou melhores depois da maturidade.

O terapeuta americano James Hillman (79), junguiano, escreveu em 1999 o livro A força do caráter e a poética de uma vida longa, no qual faz uma abordagem revolucionária sobre a terceira idade. No capítulo sobre o erotismo observa que, à medida que os poderes físicos decrescem, solta-se a imaginação que fica mais forte e extravagante.

Aceitamos com maior facilidade que um homem mais velho tenha vida sexual ativa; nossa reação costuma ser oposta quando se trata de mulher. Afinal, a tradição sugere que, após os sessenta anos, ela cuide dos netinhos ou tricote em casa. Nada contra tais atividades. Mas é perfeitamente possível ser uma avó amorosa, fazer trabalhos manuais (ou outros) e usufruir a presença do marido ou do companheiro, reservando momentos de intimidade para os dois. Viajar, sair para dançar, namorar, tudo está em aberto. Os que estão sem par, como Jack Nicholson e Diane Keaton no filme Alguém tem que Ceder, apaixonam-se com o mesmo entusiasmo que tinham aos vinte ou trinta anos.

No entanto, é comum pessoas mais velhas sentirem culpa por ter fantasias sexuais, ridículas por ainda pensarem em namoro, em encontrar alguém. Acham que precisam justificar-se. Mas homem e mulher necessitam do estímulo adequado e da presença de alguém que também sinta desejo. E, sem as fantasias e a imaginação, nem o Viagra funciona.

Atualmente vemos mães e pais de filhos adultos, casados ou sozinhos, que trabalham ou voltaram a estudar, como pessoas sem idade. No convívio com os mais jovens percebem que não são diferentes. Ao contrário, sua experiência de vida e entusiasmo ajuda a fazer amigos, e o prazer que sentem em participar de grupos de várias idades continua o mesmo. Não sentem necessidade de participar de grupos específicos, os chamados de terceira idade ou melhor idade.

Alguns, é verdade, têm de lutar contra a má vontade dos filhos, que prefeririam a mãe ou o pai em casa, ajudando com as crianças. Passam, então, a ter medo do ridículo. Falta-lhes coragem de viver um romance. Submetem-se: “Isso é coisa de jovem”. Posso garantir que não é terreno exclusivo da juventude. Sentimento não tem idade e é território da alma, que nunca envelhece.

Fomos criados com muitos preconceitos em relação à idade, principalmente as mulheres. “Não fica bem usar roupas coloridas”, ou “lugar de velho é em casa”, ouve-se. Ora, não devemos aceitar que outros determinem a nossa vida. Se quisermos ficar em casa, fazer tricô por prazer, é nosso direito. Mas ficar em casa sentindo-se só, à espera de que a vida passe para agradar aos outros, não faz sentido nenhum. Nossa imaginação continua livre. Podemos criar e concretizar nossos desejos. Na arte, no amor, na vida.

O poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), no poema Amor e seu Tempo, escreveu: “Amor é privilégio de maduros estendidos na mais estreita cama, que se torna a mais larga e mais relvosa, roçando, em cada poro, o céu do corpo”. E: “Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde”.

Escrito por Leniza Castello Branco

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Momento de Fraqueza

No Paquistão, Malala é baleada por Talibans que julgam ser obscenidade desejar estudar. 

Na África, mulheres continuam sendo circuncidadas em nome de uma cultura de fidelidade forçada. 
Na China, cãezinhos são fatiados e grelhados na brasa, no meio da calçada, para serem gostosamente comidos. 
No Brasil, índios são despejados de suas próprias terras e resolvem se autoextinguir. 
A barbárie impera. 

Pedacinhos de maridos infiéis passeiam dentro de malas por elevadores sociais, meninas bonitas são jogadas pela janela, cuidadoras são flagradas maltratando idosos, babás judiam de nenês, enfermeiros matam pacientes injetando-lhes sopa na veia... Nos quatro cantos do mundo fundamentalistas provocam imensas tragédias em nome de Deus. Aqui, bem pertinho, pastores evangélicos vendem o perdão e as graças divinas como se vende bananas numa feira livre: gritando histericamente, sem um pingo da serenidade que se espera de quem diz ter fé. Fazem do homossexualismo uma gripe espanhola do terceiro milênio e promovem entre política e religião um obsceno acasalamento que nos envergonha mais do que filme pornô de produção fuleira.


Louca pra chegar em casa, circulo pelas desgraças do mundo e percebo o farol amarelo. Como um peixinho que sabe não poder ganhar a liberdade pulando do aquário, aciono lentamente o freio, já sabendo o que me aguarda. Flanelinhas entocaiados surgem de todos os lados na noite paulistana enquanto um traiçoeiro farol vermelho me faz refém. Meu cérebro, já carcomido pelos noticiários ensanguentados de todos os dias, me coloca em estado de alerta. Um rapaz vem, amistoso, e suja meu para-brisa limpo, desenhando nele um coração de água com sabão numa descarada estratégia amorosa de se criar a necessidade para vender o produto. Tudo é tão rápido... Busco uma moeda no fundo da bolsa enquanto ele elogia meu sorriso, e finjo acreditar em sua docilidade, mas sei que se eu só tiver moedas miúdas corro o risco de ouvir algum desaforo ou de coisa pior. Já passei por isso algumas vezes. Ele é rápido, e numa só fechada de farol faz três “vítimas”. Aborreço-me. De pronto minha sirene antiautopiedade dispara, tirando-me o direito de sentir em paz o que estou sentindo. Encho-me de culpa e de vergonha por lamentar coisas tão pequenas quando sei que, na verdade, faço parte de uma minoria afortunada. Afinal, até agora, pelo menos, consegui estudar, fiz bom proveito do meu clitóris, não fui colocada numa churrasqueira nem enfiada aos pedaços numa mala... 


Mas... embora meus horrores particulares sejam pequenos, também me aterrorizam. Tanto nos minúsculos quanto nos imensos horrores, há horror. 



Acelero pra chegar a tempo de, paradoxalmente, me embriagar com a barbárie da absurda “Avenida Brasil”, e esquecer um pouco da realidade. Há que se recorrer a algum escape... Eu não fumo, não bebo, não me drogo, e frequentemente não sei o que fazer comigo mesma. 


Eu quero, quero muito não me lamentar, mas o que sinto grita. O mundo às vezes é constrangedor...

Escrito por Ana Lúcia Sorrentino
em 24/10/2012

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cuidado com os psicopatas. Eles costumam ser alegres e sedutores



A primeira vista, o personagem Léo, vivido por Gabriel Braga Nunes na novela Insensato Coração, pode realmente confundir algum desavisado. Ele é bonito, charmoso e abusa do romantismo para enganar suas vítimas. Na vida real, os psicopatas também são assim. Por isso, nunca se entregue, nem entregue os seus segredos, a uma pessoa que não conhece direito.


Muitos de nós já ouviram histórias sobre uma tia, avó ou bisavó que herdou uma fortuna, mas perdeu tudo porque o marido jogava ou apostava nos cavalos. Era o famoso “golpe do baú”. Um homem bonito, charmoso, mas sem dinheiro, procurava uma herdeira, “fazia a corte”, ela se apaixonava e casava com ele, a despeito dos protestos de todos os familiares. Ele se dava bem. Ela terminava sem nada, morando “de favor” na casa de algum parente. 

Esse personagem ainda existe, é eterno, um modelo de comportamento. E pode ser pior do que um simples cafajeste. Pode ser um psicopata manipulador, como o Léo da novela Insensato Coração, da Rede Globo, vivido por Gabriel Braga Nunes (39). Por confiar nele, a mocinha Norma, interpretada por Glória Pires (48), foi parar na cadeia. 

Na ficção, a beleza e o romantismo de Léo o ajudam a confundir suas vítimas. Na realidade também é assim. Psicopatas são alegres, sedutores, estão sempre de bom humor. Em geral são vaidosos e fazem ótima propaganda de si próprios. Mentem e sentem orgulho de sua capacidade de enganar. Falam de sentimentos, embora sejam frios. Na sua maioria são homens e têm nas mulheres seus maiores alvos. Elas se apaixonam sem questionar e não pensam nas consequências. Ingênuas e carentes, confiam, abrem o coração, revelam aspectos de sua vida que deveriam ficar guardados. A facilidade atual de se conhecer pessoas pela Internet, em bares e baladas, as torna ainda mais vulneráveis. Quem trabalha muito e está bem de finanças (hetero ou homossexual) muitas vezes não tem tempo para investir na vida afetiva e também vira presa fácil. Conhece alguém na balada e após alguns drinques acaba na cama com o desconhecido. Pode ser roubado, enganado ou até mesmo assassinado. 


Como fazer para não ser uma vítima? Desconfiar, desconfiar sempre. Quando se conhece alguém apresentado por um amigo, quando se sabe um pouco da história de vida da pessoa, é possível confiar. Mas alguém que se conhece num site, num bar ou numa balada é uma incógnita. Primeiro, deve-se marcar encontros em lugares públicos, saber o nome verdadeiro, ter o telefone, conhecer um pouco da história daquela pessoa — e não beber muito nos primeiros contatos, para não perder o controle. Quem é prudente jamais leva um desconhecido para casa. Muito menos conta a ele quanto ganha, o que possui. Só depois de alguns encontros, já de posse de bom número de referências seguras, deve-se ficar a sós com alguém que se conhece assim. E quem já está num relacionamento e desconfia das intenções do parceiro? Se desconfia, geralmente tem motivos: ele pergunta muito sobre sua vida financeira, fala pouco de si mesmo, conta mentiras, esquece sempre a carteira ou perde o cartão na hora de pagar a conta, não diz onde mora ou trabalha. Nesse caso, é melhor enfrentar logo a situação e, no caso de descobrir que as desconfianças eram verdadeiras, ter a coragem de se afastar. 

É claro que podemos ter encontros verdadeiros e até um casamento com alguém que conhecemos pela Internet, na rua ou num bar. Mas sem ingenuidade, com os pés no chão. Dessa maneira, se o destino colocar uma pessoa realmente interessante em nosso caminho, não vamos perdê-la, mas com certeza também não seremos mais uma vítima da novela da vida real.




Escrito por Leniza Castello Branco

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mitos e Flores



Desde os mais primórdios dos tempos que a beleza singular, colorida e aromática das flores ilaqueou e encantou os homens. Ainda hoje são usadas para seduzir, como gentileza ou em rituais funerários e de adeus.

Apreciadas pelas culturas antigas, as flores foram usadas para fazer parte de rituais de casamento, iniciação sexual, perfumes e oferendas aos deuses. 

Do encanto da beleza de algumas flores, surgiram lendas que persistem até os nossos dias. 
Era como se nas cores e na delicadeza das flores o homem pudesse aliviar as suas fatalidades. 

Na mitologia grega algumas tragédias e tristezas foram traduzidas na origem das mais belas flores. Elas muitas vezes surgiram do sangue e das lágrimas dos homens e dos deuses. 
Um sentimento de dor era mitigado na delicadeza de uma flor.



Jacinto e o Amor dos Deuses

O belo Jacinto trazia na sua sensualidade de mortal o poder da sedução que despertou a paixão do deus Apolo e de Zéfiro, deus e senhor dos ventos do oeste. Diante da corte dos dois deuses, Jacinto decidiu-se por Apolo, provocando a ira e o ciúme incontrolável de Zéfiro.
Jacinto tornara-se muito amado por Apolo, que passou a segui-lo onde quer que fosse. Corriam pelos campos sob os olhos invejosos de Zéfiro, desfilando sua paixão e corpos perfeitos. Numa tarde de brisa suave, os dois amantes se divertiam com o jogo de arremesso de disco. Apolo arremessou o disco no céu. Jacinto seguiu com os olhos extasiados o vôo daquele disco. Foi neste momento sublime que Zéfiro interviu, mudando a direção dos ventos, fazendo com que o disco arremessado por Apolo atingisse a fronte de Jacinto. Tão logo atingido, o belo Jacinto deu o seu último suspiro, caindo morto sobre os campos. Da sua fronte o sangue jorrou, manchando a terra.

Apolo correu em socorro do amante, tentou ainda ressuscitá-lo, mas nem os seus poderes imortais trouxeram o jovem à vida. Apolo abraçou-se ao corpo do amado. Sentia o tormento da culpa em seu ser imortal. Jurou ao amante que jamais seria esquecido por ele, que todas às vezes que tocasse a sua lira e murmurasse o seu canto, seria uma forma de homenageá-lo e de lembrá-lo. E do sangue de Jacinto que molhava o solo, o deus fez brotar uma flor que trazia o colorido mais belo que a púrpura tíria. Uma flor muito semelhante ao lírio, porém, roxa. Ela traduzia a saudade e o pesar de Apolo. A flor foi chamada de jacinto e renasce toda primavera para lembrar o destino e a beleza perdida de Jacinto.

A flor descrita em nada se parece com o jacinto moderno, talvez seja uma íris ou amor-perfeito. Mas o jacinto como flor ficou a ser o símbolo da dor e da culpa de Apolo. Ou da inveja e da paixão não correspondida de Zéfiro.


Narciso e a Imagem na Fonte

Narciso era filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope.


Quando nasceu, o adivinho Tirésias declarou que ele teria uma longa vida, desde que jamais contemplasse a própria figura. 

Contemplar a própria imagem na Grécia antiga era vista como agouro e má sorte. 

Narciso cresceu belo, orgulhoso e insensível aos sentimentos e às paixões que espertava. 


Desprezava a todos que lhe apareciam como pretendentes e seguia pela vida sem amar ninguém, quase inatingível pelos sentimentos. 


A ninfa Eco apaixonou-se por Narciso, mas só conseguiu do jovem a indiferença. 


Eco via na beleza do rapaz os traços de um deus como Apolo ou Dionísio. 
O seu amor não correspondido a faz definhar aos poucos, diante de uma fonte, aonde vai perdendo a voz e só gemendo e repetindo o nome de Narciso. 

Compadecidos, os deuses do Olimpo a transforma em uma rocha que quando por ali passava alguém e falava alto, ouvia o som da própria voz repetida algumas vezes pelo pela rocha que se torna Eco. 

A insensibilidade de Narciso faz com que seja amaldiçoado pela deusa Némesis, que o condena a se apaixonar perdidamente pela primeira pessoa que visse. 

Narciso debruçou-se diante da fonte de Eco para saciar a sede, ao ver o seu reflexo na água apaixona-se desesperadamente pelo que vê. 
A paixão pela imagem que jamais pode tocar leva-o à loucura. 
Passa o tempo todo debruçado sobre a fonte, a amar a si mesmo, sem nunca ser correspondido. Narciso deixa-se definhar diante da fonte, a olhar a sua imagem. Não come, não bebe, ama-se em desespero e reflexo. Vive o desalento de amar a si mesmo até que é transformado pelos deuses na bela flor de narciso. 


Do Sangue de Adônis as Belas Anêmonas

Cíniras, rei de Chipre, filho de Apolo, é um soberano amante da arte e o criador de vários instrumentos musicais, como a flauta. 



Após um banquete regado de muito vinho e música, o rei recolheu-se nos seus aposentos, totalmente embriagado. 
A filha Mirra, que nutria uma paixão pelo próprio pai, aproveita da sua embriaguez para viver este amor, deitando-se no leito do pai e com ele tendo uma noite de amor. 
No dia seguinte, já sóbrio, o rei percebe o ardil. Enfurecido tenta matar a filha, que foge para os bosques. 

É nos bosques que Mirra irá dar à luz àquele que se tornaria o homem mais belo de toda a Grécia, Adônis, filho incestuoso do amor que sentia pelo próprio pai.

Adônis é de uma beleza perfeita. 

Tão perfeita que atrai para si a paixão de Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Nos braços do amante mortal, Afrodite vive dias de intensa e feliz paixão, despertando a fúria do seu amante, o deus Ares, senhor da guerra e da discórdia. 
Preterido pelo amor de um mortal, o deus vinga-se da amante, quando Adônis participa de uma caçada de javalis. 
Ares envia um javali enfurecido que ataca o jovem, ferindo-o mortalmente nas ancas. O sangue de Adônis mancha a erva verde. 

Afrodite corre em socorro do amante, mas já o encontra dilacerado e morto pelo javali. Do sangue do belo Adônis faz brotar as anêmonas, flores brancas e sem cor. 
A deusa que se tinha ferido ao correr entre as silvas, vê o próprio sangue respingar sobre as anêmonas, que se tingem de vermelhas. 
Da sua dor e do sangue do amado foi feita a anêmona, flor da tristeza e do consolo, de raríssima beleza e que floresce e vive por pouco tempo.


Outras Flores... Outras Lendas



Outra lenda envolve Héracles (Hércules), filho de Zeus e da mortal Alcmena. 

Ao nascer o herói não teria herdado a imortalidade do pai, Zeus sabia que se ele fosse amamentado com o leite da mulher, a deusa Hera, tornar-se-ia imortal. 
Assim, ordena a Hermes que leve Héracles junto ao seio de Hera, quando esta estivesse dormindo. Mas Héracles ao sugar o leite do seio da deusa, faz com tanta violência, que Hera desperta e o atira para longe. 
O leite derramado do seio da deusa espalha-se pelo céu, onde cria a Via Láctea e pela terra, onde nascem os lírios ou, em uma outra versão, a flor de lis. 

As papoulas surgiram das lágrimas da deusa da agricultura Deméter, ao ter a filha Perséfone raptada pelo senhor dos infernos, o deus Hades. 
Para amenizar a dor de Deméter, Zeus ordena que Perséfone volte à terra por seis meses e os outros seis meses reina nos infernos ao lado de Hades. 
Assim, quando a filha retorna na primavera, surgem as papoulas, belas e de duração meteórica, para alegrar a deusa da agricultura e das plantações. 
Seja qual for a lenda, a tragédia é sempre amenizada pela singularidade das flores. 
Lendas, como a de Narciso, tornaram-se clássicas e usadas até como forma de expressão da psicanálise do século XX . 
Estão sempre associadas à beleza humana perdida para a morte e para a tragédia, refletida na beleza perene das flores. 


Por Beth Miguez
Fonte: Jeocaz Lee-Meddi - VIRTUÁLIA - O Manifesto Digital



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Alienação de ser mulher. A mutilação feminina para dar prazer não muda o caráter consciente da liberdade da mulher.


A mulher saiu do lar. Já é maioria nas universidades, adquiriu direitos que foram a muito tempo objeto de luta por muitas outras “deusas-guerreiras” de outras épocas. Não satisfeita, encontrou lugar para discutir seu papel no mundo e seu lugar consciente e inconsciente ganhou espaço e o mais importante: sentiu-se capaz de amar como bem lhe aprove. No século XXI, algumas mulheres resolveram resgatar antigos costumes e retornar ao lar, porque QUER e porque é o seu DESEJO. Desejo totalmente lícito, conforme a “pele que foi arrancada” e o retorno ao seu próprio self.

Com tanto para desejar e como ser desejante a mulher consegue decidir pela própria beleza. Ai começa a catástrofe. Essa semana passando por um local conhecido, eu vi uma mulher muito querida e muito bonita ou pelo menos ERA. O problema é que não a reconheci. É exímia profissional e mãe. E, mesmo depois dos quarenta, mantinha o frescor da beleza de menina, não abusava de muito para ser bonita. O problema são as invenções. Eu cumprimentei a todos e falei e não falei com ela, porque reconhecia e não reconhecia. A minha sorte é que ela usava uma espécie de crachá. Lamentei internamente o que fez com o rosto. O nariz estava torto, a boca estava cheia de botox e preenchimentos. O pior é que eu não conseguia desviar os olhos, a diferença era muito gritante.

É preciso salientar outro fator: as famosas “mexidas no corpo”. Apesar de várias pessoas relatarem que o pós-operatório de uma cirurgia plástica como “atropelamento de caminhão” o número de cirurgias só aumentam no mundo. E o que faz uma pessoa colocar silicone? São vários os motivos que levam uma mulher a realizar uma cirurgia para aumento das mamas: está descontente com os seus seios porque são pequenos, são desproporcionais em relação ao corpo, cada seio tem um tamanho diferente e também por motivos de reconstrução devido a doença ou acidente.

De acordo com o Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery, em cerca de 80% dos casos não há nenhuma necessidade médica e as pacientes buscam apenas mudanças na aparência. Os outros 20%, indiretamente, também intentam melhorias estéticas, mas se referem às cirurgias de reconstrução, pós-tratamento para o câncer mamário.

Pensem na seguinte frase: A mulher indiana moderna é independente, dona de si – e não é obrigada a viver com sua pele escura. Essa é a mensagem transmitida por um número crescente de companhias mundiais de cosméticos e produtos para o cuidado da pele, que estão expandindo suas linhas de produtos e verbas publicitárias para a Índia para capitalizar sobre o aumento dos orçamentos femininos. Uma linha comum engloba cremes e sabonetes que supostamente clareiam o tom da pele. Eles são normalmente divulgados com uma mensagem de “poder” sobre assumir a própria vida ou ir adiante. “Metade do mercado de produtos para o cuidado da pele na Índia é de cremes de clareamento”, diz Didier Villanueva, gerente da L'Oreal India, e entre 60 a 65% das mulheres indianas usam esses produtos diariamente. A L'Oreal entrou nesse mercado específico há quatro anos com produtos Garnier e L'Oreal, mas até agora tem apenas uma pequena fatia do mercado, disse ele.

Apesar de o desejo de embranquecer a pele cruzar o espectro social, é entre as classes médias e baixas que a indústria tem mais adeptos. Os produtos são vendidos para gente jovem e impressionável e para mulheres pobres, às quais vendem embalagens econômicas. É exploração. Isso não é potencializar a mulher, potencializar a mulher é fazê-la sentir-se bem do modo como nasceu, de forma que não sinta que tem de comprar esse produto. E, além disso, à diferença do comprimento do cabelo, de ser mais ou menos gorda, a cor da pele é impossível de mudar.

Por fim, não basta clarear a pele, tem que clarear a vagina. Indiano é acusado de racismo após lançar publicidades de creme que clareia a vagina: Um jovem casal indiano - de pele bem clara, é bom notar - passa o tempo na sala de casa. Ele lê o jornal, impassível. Ela, entre caras e bocas, demonstra a frustração pela desatenção do marido. Eis que entra em cena o creme clareador Clean and Dry Intimate Wash, que não só tem ph balanceado como clareia a pele de moçoilas atormentadas por uma vagina insuficientemente branca. Et voilà: a paixão e a alegria voltam a reinar entre os pombinhos.

Segue Abaixo o vídeo:


Agora o mais aterrador: Sabe a Unilever? Da campanha Beneton? Da campanha Dove de beleza real? Pois bem. Pensem na seguinte “história de amor” divulgada pela Poind’s da Unilever na Índia:
Mocinho branco se separa da mocinha morena e se compromete com a mocinha branca. Mocinha morena, com a auto-estima em frangalhos, descobre o milagroso creme Ponds White Beauty e começa a usá-lo. Mocinho branco e mocinha cada vez menos morena se encontram casualmente algumas vezes. Quando a mocinha morena já está com a pele suficientemente clara, mocinho branco a persegue e os dois terminam juntos.
Tradução: clareie a sua pele para conquistar um macho (preferentemente, de pele clara também). Ser escuro é feio. Só são viáveis as relações entre pessoas de mesma cor. A sua autoestima está ligada à cor da sua pele. Se você não gosta da cor da sua pele, tudo bem, nenhum problema. Temos um creminho para isso. A mocinha que clareou a pele é mais nobre que a mocinha de pele naturalmente clara, o que reforça o caráter ético de quem usa o produto, dando aquela massageada na consciência.

Eis os vídeos:

PARTE 1 
PARTE 2
PARTE 3
PARTE 4
PARTE 5

Para finalizar o que mais surpreende, é que nenhuma dessas mulheres que lutam para se tornarem desejáveis ao outro se libertam na hora da sua escolha. A verdade é que a própria mulher ainda se mutila para ser desejável ao outro, mas não muda os seus conceitos de liberdade e ação. Não permitem a si nem ao próximo a liberdade de ser, viver e agir conforme a própria livre consciência. Fico a pensar: muitas garotas e mulheres são mutiladas no mundo oriental para não terem prazer, enquanto muitas mulheres e até garotas ocidentais mutilam o corpo, a pele e a consciência para dar prazer.

Escrito por Deia Lindolfo
em 02 de outubro de 2012

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Enfim, adulta


Perambulo entre realidade e fantasia 
com destreza de menina levada. 
Afinal, a realidade – disseram-me - 
não passa de um truque. 
Vivo uma como outra, 
outra como uma 
e vice-versa. 

Não questiono mais a possibilidade 
do virtual vir a ser real. 
Não cobro, não espero, não minto. 
Apenas aceito e sinto. 
O que toco pode ser enganoso. 

O intangível, às vezes, me faz feliz de verdade. 
Flerto com a loucura bem de perto, 
e loucamente preservo-me sã. 
Brincar é pra maduros, 
e o grande barato é estar sóbria 
pra sentir tudo com intensidade... 

Escrito por Ana Lúcia Sorrentino 
em 07/11/2010

sexta-feira, 19 de abril de 2013

“Ninho vazio" traz liberdade para o casal e pode reacender a paixão


Considerada por muitas pessoas apenas como um momento de perda, a fase caracterizada pela saída dos filhos de casa também proporciona aos pais mais tempo e disponibilidade para que possam cuidar melhor um do outro e também de si mesmos. Se ainda existe amor, o romance e a sexualidade afloram, mas, se o casamento só se baseava nos filhos, então tende a acabar. 

Após muitos anos de casamento, os filhos já formando suas famílias, o casal entra na etapa conhecida como "ninho vazio". A sensação pode ser de perda, de vazio, e até desencadear uma crise. Mas também se inicia uma fase de liberdade. Os filhos já não requerem tanta dedicação, não é preciso ser só pai e mãe. É hora, mais uma vez, do "enfim sós". Essa experiência pode ser positiva, se houver amor ou amizade, ou difícil.

Alguns partem para uma "nova adolescência". Separam-se ou mudam de trabalho, buscando um novo sentido para a vida. Se o casamento era só para viver os papéis de pai e mãe, vão sentir que acabou. Se não era, podem se apaixonar novamente, viajar juntos, fazer planos. Há mais tempo para ficar a sós e estimular o romance, a sexualidade.

Hoje, aos 60, 70 anos, não somos velhos como eram nossos pais ou avós na mesma idade, que iam morar na casa dos filhos e cuidar dos netos. Temos mais saúde, disposição e, se fomos responsáveis, uma aposentadoria que nos permite curtir a vida, fazendo o que não podíamos enquanto os filhos viviam em casa.

Muitos nessa idade são viúvos ou separados e sentem mais a solidão. Mas é preciso não se prender aos preconceitos e não ligar quando os filhos tentam reprimir, dizendo frases como "Essa roupa não é para sua idade", ou "Você está velho para namorar". Devemos ter bom senso para não cair no ridículo, mas podemos namorar, sair, ter amigos, cuidar da beleza e usar roupas modernas. Não é porque não somos jovens que devemos engordar, não ter vaidade. Uma pessoa com 70, até com 80 anos ou mais, pode ser bonita, saudável e sensual.

Para quem está só, é normal o desejo de ter um companheiro. Sempre se pode encontrar alguém e se apaixonar. O desejo sexual, a libido, não morre com a idade; com os novos medicamentos, então, o que era impossível hoje se tornou viável.

No filme Alguém Tem Que Ceder, da diretora americana Nancy Meyers (59), o ator Jack Nicholson (71) vive um sedutor que só gosta de mulheres jovens, mas nunca se envolve nem se compromete. Conhece então a mãe de uma de suas conquistas, Diane Keaton (63), e tem um caso com ela. É sensível a cena que mostra os dois na cama, conversando como velhos amigos e se amando. Ele vê pela primeira vez o corpo de uma mulher mais velha, mas ainda sensual e bonita. Ela, que estava sozinha havia muito tempo, fica surpresa, mas se apaixona. Quando rompem, sofre como se tivesse 20 anos. No final, reencontram-se e ficam juntos, percebendo que a maturidade, a experiência e a amizade têm seus encantos, que é possível amar sem precisar perseguir a juventude, que em qualquer idade podemos nos envolver e ser felizes, desde que haja amor verdadeiro e a coragem de assumir um compromisso.

Na maturidade, não somos mais obrigados a fazer o que não queremos. Temos de pensar que a saúde emocional é tão importante quanto a física. Então, é o momento de reavaliarmos a vida e perguntarmos: "Do que sinto falta? Se tivesse só um dia de vida, o que eu faria? Como devo viver para ser verdadeiro comigo mesmo?" Nunca é tarde, sempre se pode mudar, se apaixonar por alguém, por uma idéia, por um novo trabalho, conhecer lugares diferentes, aprender algo novo, enfim viver plenamente, como aos 20 anos.

Escrito por Leniza Castello Branco

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Exaltação a ÍSIS


ÍSIS - Deusa Universal 
Deusa do amor e Grande Mãe 
Deusa da Cura e da Magia 
Deusa das Estrelas e da Terra 
Deusa do Mar e dos Navegantes 
Deusa dos Dez Mil Nomes. 

Dea Ex Machina 
Deusa da Maquina Divina 

ÍSIS 
Adorada por muitos através dos tempos 
Filha do Céu e da Terra, 
Partilhou com Osíris o Ventre da Noite Profunda 
O Trono e os Templos do Egito. 

ÍSIS 
Deusa da Morte e do Renascimento 
A Rainha Suprema que teve seu Amado 
Osíris Morto e Despedaçado. 
A Mulher eterna que chorou um Nilo de lágrimas 
Por seu Amor roubado. 
A Deusa Guerreira que procurou por seu Osíris 
Por todos os cantos da Terra Negra. 
A Criadora que reuniu os 14 pedaços espalhados 
E reconstruiu o seu marido. 
A Deusa com Asas que curam todas as feridas 
Soprou a Vida e ressuscitou Osíris. 

ÍSIS 
A Alquimista que fabricou o Falo de Ouro 
E através dele concebeu Horus de Ouro. 
Deusa Mãe que deu à Luz o Filho do Sol, 
Guardiã que protegeu, instruiu e colocou Horus No Trono de seu Pai.



Participei com a Deusa Ísis, na Exposição Poesia da Sucata, na Primavera de 2008, em São Pedro da Serra, Nova Friburgo, RJ. O projeto foi uma incursão pelo universo da reutilização do lixo produzido pela informática. Meu tema foi a história da Deusa Egípcia Ísis, seu marido Osíris e seu filho Horus, fazendo uma analogia à reciclagem, à magia da reutilização.

Por Beth Miguez

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Eu não vou acabar meus dias como muitos casais


Tenho quase que certeza, que desde sempre, pensei com muito cuidado sobre um determinado assunto, que para mim é de real importância. Sempre me impressionou casais, marido e mulher, que não se beijavam e nunca andavam juntos um ao lado do outro, de mãos dadas, conversar menos ainda e quando isso acontecia era para falar o básico. 


Estou falando no passado, porque era criança, mas se falar no presente também me deparo com a mesma cena. Cresci convivendo com pais carinhosos entre eles, abraçavam-se e beijavam-se, sentia vibração neles. Discussões também aconteciam, mas sentia amor! Então, quando vejo hoje casais jovens tendo este comportamento, só me reforça o que sempre achei a respeito e dizia para mim mesma - EU NÃO VOU ACABAR MEUS DIAS COMO MUITOS CASAIS! 

Eu não vou ficar de costas para meu companheiro e ele para mim, um tentando se apoiar no outro sem sabem o que está sendo apoiado, sem saberem por que estão juntos durante tanto tempo, e pior, nunca se questionaram por que ainda estão juntos! Cada minuto da vida é precioso, e deve ser usado para construir em parceria com nosso companheiro, o prazer de uma vida a dois, ajustar as diferenças e buscar a única forma que conheço de ser feliz... 

- ABRIR O CORAÇÃO, E DEIXAR QUE DELE SAIA O QUE DE MAIS BONITO ESTÁ GUARDADO DENTRO!



Escrito por Carmen Quartim

sexta-feira, 29 de março de 2013

A Busca da Visão

A Busca da Visão é um dos instrumentos mais antigos usados pelo povo das Tribos ao buscar a sua direção na vida. O objetivo dessa atividade, que é chamada de “Subida da Colina” pelos Sioux, é que a pessoa obtenha uma compreensão mais ampla de seu papel no mundo.


Outro aspecto dessa Visão envolve um fluir de energias que se revela sob a forma de talentos pessoais, que se forem usados de forma adequada, podem permitir a obtenção de um potencial de crescimento que acompanhará o discípulo pelo resto da vida. 

Toda a vez que alguém Busca o Silêncio de um coração equilibrado, o processo da intuição pode permitir que a verdade superior se manifeste. 

A verdade constitui o destino final do caminho de qualquer peregrino. Quando a verdade é descoberta dentro do próprio Ser, já não há necessidade de procurar mais. Já que nós, seres humanos, estamos aqui para crescer e experimentar a boa Estrada Vermelha descobrimos que o caminho muda muitas vezes e pode incluir mudanças de percepção. 

A visão criada a partir da verdade representa o desejo do coração de Caminhar em Beleza. Se uma visão for criada a partir da necessidade de controlar os outros ou for criada pelo sentido da ambição, estará baseada em mentiras sobre a ordem natural da Criação. 

Uma visão do Caminho Sagrado é sempre clara e cristalina. 
Todas as pessoas vivem uma Busca da Visão diariamente. A chave é estar sempre consciente disso. Saber procurar os sinais e presságios que permitem aos seres humanos tomar decisões adequadas, e então agir de acordo com esses sinais, tornar-se uma parte da Busca pela Vida. 

Durante a jornada física a Boa Estrada Vermelha concede ao peregrino, centenas de lições que conduzem ao conhecimento interior. O objetivo é alcançar este Centro de serenidade interna para que o mundo interior se harmonize com o mundo exterior. 

Quando estes dois mundos se tornarem Um, nós nos transformaremos no Sonho Realizado.



Escrito por Beth Miguez

sexta-feira, 22 de março de 2013

Sutiã


Escolher a roupa ideal para cada ocasião é uma tarefa difícil para a maioria das mulheres.

O bom é que hoje existe liberdade para nos vestirmos, mantendo nosso estilo, independente de tipo físico e estilo de vida, incluindo tendências de moda sem ficarmos formatadas.

Existe sim o certo e errado, mas o importante é valorizar seu estilo e ousar quando for necessário, sem perder de vista o bom senso.

Existem inúmeros livros no mercado, além de dezenas de revistas e blogs com dicas ótimas para ter um guarda roupa inteligente, que reúna roupas básicas e práticas, que auxiliam na hora de misturar  as tendências da moda com nosso estilo.

Uma dica importante  é começar com um bom sutiã.

Procure uma loja especializada. Hoje temos boas lojas nos grandes shoppings, com vendedoras treinadas para orientar o modelo e tamanho ideais para você. É um bom investimento.

Falo investimento, pois um bom sutiã de forma geral é um pouco mais caro, mas a diferença é claramente perceptível. Tudo muda: sua postura (você fica mais ereta e logo, a barriguinha menos saliente), o colo fica mais feminino e consequentemente ganhamos segurança. Isso sem falar no caimento das roupas.
 É, um bom sutiã valoriza.

Não fique receosa de parecer acima do peso por que o seu sutiã aumentou um ou dois números ou por que está com a sensação que seus seios ficaram maiores, alinhe a coluna, acerte a postura e valorize sua feminilidade.

Boa mudança para você.


Escrito por Clara Castro
Produtora de moda