sexta-feira, 15 de março de 2013

Cortando o mal pela raiz

Entra ano, sai ano e as manchetes do Dia Internacional da Mulher continuam girando, predominantemente, em torno da violência contra as mulheres… desde os mais cruéis relatos de agressão, até as eternas promessas de combate a esse mal. 

A primeira notícia com que me deparo hoje diz que “Denúncias de violência contra a mulher sobem 600% em 6 anos.” [http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-03-08]. O artigo explica que isso não significa que exista “um crescimento real dos casos de violência, mas um aumento das notificações”, já que, desde a promulgação da Lei Maria da Penha, mais mulheres vêm “se sentindo seguras para procurar ajuda”, confiantes de que o agressor será punido. 

Paro para refletir sobre tudo isso e imediatamente me vêm duas questões básicas: 
  • O que faz um homem se achar no direito de agredir uma mulher? 
  • O que faz uma mulher se submeter aos maus tratos de um homem? 
É claro que existem aspectos culturais, sociais e financeiros que justificariam esses casos, mas sinto que há também uma causa muito mais profunda que ainda não foi pesquisada. 
E isso tem a ver também com uma terceira questão que me vem à mente: 
  • Até que ponto a punição dos agressores ajudaria a acabar com a violência? 
As próprias prisões superlotadas de criminosos de todos os tipos mostram que o castigo não é o remédio mais eficaz. Existe algo no ser humano – um ponto fraco, digamos – que o deixa cego diante de certas situações, impedindo que ele reflita antes de reagir de forma agressiva. Só depois do ato consumado é que ele vai pensar na pena que o espera e então vai tentar escapar dela a qualquer custo… mas aí o mal já está feito. 
Isto me leva a uma quarta pergunta: 

  • Haveria um jeito de cortar o mal pela raiz? 
E isto me faz novamente pensar que existe um aspecto mais profundo que não tem sido levado em consideração… o aspecto espiritual.


As escolas nos ensinam sobre o nosso corpo físico, nos seus mínimos detalhes. Com certeza o corpo humano é uma obra primorosa da natureza e é importante conhecermos sua composição e funcionamento! Entretanto, não nos ensinam que não somos esse corpo, que ele é simplesmente um instrumento do qual nos servimos para expressar nosso verdadeiro Ser; e que esse Ser (com S maiúsculo, sim!) se origina da mesma Fonte Divina Inteligente e Criativa da qual se origina todo o universo; e que esse Ser, que cada um de nós é, possui todas as qualidades dessa Fonte. 

Pausa para pensar… 


Alguns podem estar se perguntando: “E daí? O que isto tem a ver com a violência contra as mulheres?”. 
Tudo! 

Se isto fosse ensinado nos lares e nas escolas, as crianças cresceriam sabendo quem são, na verdade… e quem seus irmãos são, e quem seus vizinhos são, e quem os desconhecidos são. E saberiam que não existe diferença essencial entre meninos e meninas, pois ambos são “feitos” da mesma essência divina e amorosa, também presente em toda a natureza. 

E se os lares e as escolas estimulassem as crianças a desenvolver os atributos divinos nelas latentes, não haveria espaço para ódios, agressões e violências de qualquer espécie. 

Para que este sonho se transforme em realidade é preciso, em primeiro lugar, que cada pai/mãe/educador, cada ser humano em geral, se conscientize da sua própria origem divina e assuma-a, desenvolvendo suas próprias qualidades divinas, qualidades estas que se resumem no Amor Puro e Verdadeiro, que envolve a compaixão, a solidariedade, o respeito, tão necessários na sociedade de hoje. 

Pois um ser humano que se reconheça como um Ser essencialmente divino, cujo propósito é expressar os atributos da Fonte Divina neste planeta, jamais vai praticar qualquer crueldade contra outro ser humano, ou qualquer ser vivo, pois SENTE e SABE que todos somos parte da mesma Fonte, e aquilo que atinge uma fração que seja desse Todo atinge o Todo como Um. 


Se conseguirmos passar essa consciência para as nossas crianças… ou melhor, na verdade, elas já nascem com essa consciência; nós é que as afastamos dela através dos padrões de pensamento e comportamento que lhes impomos. 


Se permitirmos e estimularmos nossas crianças a desenvolverem as qualidades divinas nelas latentes, em breve a violência será coisa do passado. 


Escrito por Vera Corrêa ©

em 08/03/2013

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