sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Eu, pura aporia



Creio piamente
que nada é por acaso
e que tudo é contingente.
Divido-me o tempo todo
entre não acreditar em nada
e acreditar o tempo todo em tudo.
Zombo da existência de Deus
e lhe peço, em oração,
que me devolva a fé.
Esquerda e direita
me parecem igualmente
sedutoras e perigosas.
Estanco na esquina,
convictamente equivocada.
Noite e dia
em pacífica desordem
habitam em mim,
e constituem o que sou:
pura aporia.

Analú

Postado por Ana Lucia Sorrentino no Reencontrando sua alma  em  9/04/2012 09:52:00 PM

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