quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um passe-livre pras mães nesse domingo


          
           
            Domingo que vem é dia das mães.
            Fiquei pensando que presente eu poderia dar a todas as mães, sem muito risco de não agradar... Difícil, hein...
            Mas... então pensei que, talvez, o melhor presente fosse um passe-livre.
Algo que pudesse libertá-las, que fosse por apenas um dia, melhor ainda se por uma semana ou mais, quem sabe por toda a vida, da mistificação da figura materna.
            Que as liberasse, por algum tempo, de tudo o que elas escutaram sobre ser mãe e que permitisse que elas voltassem a ser simplesmente seres humanos. Já imaginou que viagem?
            Que pudessem fazer como os filhos, e se espalhar como água. Acordar e sair pra trabalhar sem se preocupar com arrumar as camas ou deixar a cozinha limpa...  Ir e vir livremente, sem dizer pra onde, nem com quem. Desligar o celular e deixar cada um por sua conta.
            Voltar pra casa sem ter que pensar na fome de ninguém. Passar numa lanchonete, se fartar, comer uma bela sobremesa e nem pensar em levar um pedacinho pra casa. E sem culpa, olha só, sem culpa...
            Aliás... a libertação da culpa seria o brinde maior desse passe. A culpa, essa malvada...
            Que as mães pudessem, por um tempinho, amar sem tanta responsabilidade. Que simplesmente amassem, e conseguissem não se sentir o motivo de todo bem ou todo mal que acomete a seus filhos. Porque não são mesmo...
            Esse passe-livre poderia levá-las prum mundo em que todos os clichês já tivessem sido esquecidos. Em que ser mãe não fosse padecer no paraíso, mas curtir aqui na Terra mesmo. Em que o amor de mãe fosse, sim, condicional, porque o amor incondicional pode criar monstrinhos, e isso é perigoso. Um mundo em que mães têm vida sexual, amigos, segredos, privacidade... Um mundo igualzinho ao de todo mundo, onde são permitidas pequenas transgressões, pitadas de irresponsabilidade, esquecimentos, porta do quarto trancada... onde, em vez da mãe ter obrigação de cuidar de todo mundo, todo mundo tivesse obrigação de cuidar de todo mundo, inclusive da mãe. Coisa booa!
            Brincadeiras à parte, eu quero mesmo é dar os parabéns a todas as mães. De qualquer sexo ou idade. Mães totalmente padrão ou não. Mães biológicas e adotivas. Pais que se viram pra ser também mães, quando é preciso. Irmãos que cuidam dos irmãos como mães. Amigos, que, muitas vezes, acolhem e acarinham como uma boa mãe.
            Mas também quero parabenizar as mulheres que, por um motivo ou outro, tiveram que abrir mão de ser mães. As que optaram por não sê-lo, movidas por um amor que não podemos dizer não-maternal. As que, por algum motivo, deram seus filhos à adoção, acreditando que estariam melhor em outras mãos.
            E quero me solidarizar com as que não são convictas de serem “boas mães”. Fiquem tranquilas. Imagino que quase todas nós não sejamos convictas de sermos “boas mães”...    E se formos entrar aqui no mérito do que será mesmo que é ser uma “boa mãe”... hum... isso vai longe...
            Também quero lembrar daquelas que sempre quiseram ser mães, mas por algum motivo, não puderam. Tenho certeza de que não deixarão de exercitar seus dotes maternos com todos os que convivem. Porque o desejo da maternidade nada mais é do que um desejo de se dar, e de praticar o amor. E isso podemos fazer sempre, seja lá com quem for.
            E quero confortar aquelas que, momentaneamente, ou não, têm problemas  de relacionamento com seus filhos. Porque nada garante, nem mesmo um trabalho muito bem feito, que nossos filhos se darão maravilhosamente bem conosco. O relacionamento entre mães e filhos é todo entremeado de crises, e nelas tanto mães como filhos crescem. É uma aprendizagem constante, em que, muitas vezes, trocamos de lugar com nossos filhos. Em que vem deles a orientação, a ponderação, o bom-senso. Em que, não raramente, são eles que se preocupam com nossa imaturidade e com nosso futuro.
            Enfim: parabéns a todos nós, porque não é fácil... ;)                       
                                                                       
                                                                                Analú                                                    

4 comentários:

  1. Domingo que vem é dia das mães.
    Fiquei pensando que presente eu poderia dar a todas as mães, sem muito risco de não agradar... Difícil, hein...
    Mas... então pensei que, talvez, o melhor presente fosse um passe-livre.
    Algo que pudesse libertá-las, que fosse por apenas um dia, melhor ainda se por uma semana ou mais, quem sabe por toda a vida, da mistificação da figura materna.
    Que as liberasse, por algum tempo, de tudo o que elas escutaram sobre ser mãe e que permitisse que elas voltassem a ser simplesmente seres humanos. Já imaginou que viagem?
    Que pudessem fazer como os filhos, e se espalhar como água. Acordar e sair pra trabalhar sem se preocupar com arrumar as camas ou deixar a cozinha limpa... Ir e vir livremente, sem dizer pra onde, nem com quem. Desligar o celular e deixar cada um por sua conta.
    Voltar pra casa sem ter que pensar na fome de ninguém. Passar numa lanchonete, se fartar, comer uma bela sobremesa e nem pensar em levar um pedacinho pra casa. E sem culpa, olha só, sem culpa...
    Aliás... a libertação da culpa seria o brinde maior desse passe. A culpa, essa malvada...
    Que as mães pudessem, por um tempinho, amar sem tanta responsabilidade. Que simplesmente amassem, e conseguissem não se sentir o motivo de todo bem ou todo mal que acomete a seus filhos. Porque não são mesmo...
    Esse passe-livre poderia levá-las prum mundo em que todos os clichês já tivessem sido esquecidos. Em que ser mãe não fosse padecer no paraíso, mas curtir aqui na Terra mesmo. Em que o amor de mãe fosse, sim, condicional, porque o amor incondicional pode criar monstrinhos, e isso é perigoso. Um mundo em que mães têm vida sexual, amigos, segredos, privacidade... Um mundo igualzinho ao de todo mundo, onde são permitidas pequenas transgressões, pitadas de irresponsabilidade, esquecimentos, porta do quarto trancada... onde, em vez da mãe ter obrigação de cuidar de todo mundo, todo mundo tivesse obrigação de cuidar de todo mundo, inclusive da mãe. Coisa booa!
    Brincadeiras à parte, eu quero mesmo é dar os parabéns a todas as mães. De qualquer sexo ou idade. Mães totalmente padrão ou não. Mães biológicas e adotivas. Pais que se viram pra ser também mães, quando é preciso. Irmãos que cuidam dos irmãos como mães. Amigos, que, muitas vezes, acolhem e acarinham como uma boa mãe.
    Mas também quero parabenizar as mulheres que, por um motivo ou outro, tiveram que abrir mão de ser mães. As que optaram por não sê-lo, movidas por um amor que não podemos dizer não-maternal. As que, por algum motivo, deram seus filhos à adoção, acreditando que estariam melhor em outras mãos.
    E quero me solidarizar com as que não são convictas de serem “boas mães”. Fiquem tranquilas. Imagino que quase todas nós não sejamos convictas de sermos “boas mães”... E se formos entrar aqui no mérito do que será mesmo que é ser uma “boa mãe”... hum... isso vai longe...
    Também quero lembrar daquelas que sempre quiseram ser mães, mas por algum motivo, não puderam. Tenho certeza de que não deixarão de exercitar seus dotes maternos com todos os que convivem. Porque o desejo da maternidade nada mais é do que um desejo de se dar, e de praticar o amor. E isso podemos fazer sempre, seja lá com quem for.
    E quero confortar aquelas que, momentaneamente, ou não, têm problemas de relacionamento com seus filhos. Porque nada garante, nem mesmo um trabalho muito bem feito, que nossos filhos se darão maravilhosamente bem conosco. O relacionamento entre mães e filhos é todo entremeado de crises, e nelas tanto mães como filhos crescem. É uma aprendizagem constante, em que, muitas vezes, trocamos de lugar com nossos filhos. Em que vem deles a orientação, a ponderação, o bom-senso. Em que, não raramente, são eles que se preocupam com nossa imaturidade e com nosso futuro.
    Enfim: parabéns a todos nós, porque não é fácil... ;)

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  2. Adorei Ana! Mas, não adianta! Maternidade é irreversível e acho isso ótimo. Está aí um dos grandes presentes de Deus e sinto-me muito privilegiada por isso, apesar das eventuais dificuldades. Um abraço carinhoso pra você, para dona Anita e todas as nossas amigas/irmãs e mães que nos lerem neste espaço. Que Deus abençoe todas nós e nossos respectivos filhos. Beijo!

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  3. Ah... mas não custa fantasiar um pouquinho... rsrss.... Cris, obrigada! Mande tb um beijão pra sua mãe e um enoorme beijo em você, amiga. Muitas vezes uma mãe minha...
    ;) Beeijos!!! :)

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  4. Linda homenagem ás mães, Ana! Que Deus nos dê sabedoria para desempenharmos bem esse papel divino!
    Lindo dia das mães!Beijosssss

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