ENTREVISTANDO LÍVIA GARCIA-ROZA
Lívia nos disse que teve uma infância e adolescência com uma convivência farta com o universo masculino. E uma vida voltada para a exterioridade, foi uma intensa leitora da vida. Todo acontecimento ela tornava uma história. Os irmãos a chamavam de mentirosa. Já a mãe a intitulava de “imaginosa”. Na adolescência, quando a maioria dos jovens tem essa noção de isolamento, cultivou também uma vida interna, com um razoável equilíbrio. Disse que seu pai sempre foi um homem da palavra. Ele exercia uma relação de muita liberdade com a palavra. Era comum acordar a filha recitando alguma poesia em voz alta. Portanto diz Lívia: “a palavra me pegou desde cedo. Fiz o percurso da palavra – pelo Teatro, pela Psicanálise e agora pela Literatura. A palavra é meu móvel”. Enquanto psicanalista acolheu a palavra do outro e deu palavras para o outro. E depois a literatura foi um processo muito intenso. Durante a vida adulta teve uma forte convivência com o universo feminino.
Diz Lívia: “A questão da mulher me interessa sobremaneira, é de uma riqueza inesgotável. Cada mulher se inaugura. Não tem modelo para ser mulher. Hoje em dia cada uma se inventa. Se ganharam, ganharam a vida e com isso tiveram que se fazer sozinhas. É um trabalho árduo, cheio de plasticidade e um tanto de loucura. Ouvi muito a fala da mulher. E a escuto com muito interesse. Como mãe de mulheres você escorrega toda hora. Elas te desafiam, te confrontam. Fazem você agir. Ter uma vida movimentada. É um universo muito rico. Vital! Veja a Gilda (de “Solo Feminino”) ela batalha pelo amor e por sua sexualidade. Escrever é isso. É um desafio na linguagem. É também uma surpresa que eu deixo acontecer. Essa questão da linguagem e da brasilidade, da busca do linguajar regional, é tão rico tudo isso (obs: a mãe de Matilde em “O sonho de Matilde” se expressa como uma mineira do interior). E você vai fazendo e o livro vai acontecendo. Como sempre precisei muito falar, contar histórias, eu sempre observei o ser humano na farmácia, no dia a dia. Então transbordei a escrever. E tive paciência para aprender a lidar com a internet. E com isso veio uma nova experiência, a dos posts. Comecei a escrever posts sobre os mais variados temas. As pessoas gostaram muito. Foi aparecendo gente e mais gente. Até que a editora quis publicar esses textos curtos, de leitura rápida na forma de livro. Chama-se “Faces”.
Ela fez o livro por áreas de interesse como: Cotidiano, Família, Psicanálise, Infantil. Foi uma experiência interessante, que mantenho até hoje. Posto de duas a três vezes no Facebook, por exemplo. Quando escrevo, é claro que a literatura é parcialmente ficcional e parte verdadeira. Há histórias e episódios da convivência familiar que rendem boas histórias. Enquanto leitora eu gosto de ler muitos autores nacionais e tenho uma preferência pela Literatura latino-americana. Acompanho também a poesia feita hoje, os novos poetas. E gosto da leitura de ensaios. O último que me dei de presente foi a coleção de ensaios de Otto Maria Carpeaux em quatro volumes “História da Literatura Ocidental” (Editora Leya)”.
Ela fez o livro por áreas de interesse como: Cotidiano, Família, Psicanálise, Infantil. Foi uma experiência interessante, que mantenho até hoje. Posto de duas a três vezes no Facebook, por exemplo. Quando escrevo, é claro que a literatura é parcialmente ficcional e parte verdadeira. Há histórias e episódios da convivência familiar que rendem boas histórias. Enquanto leitora eu gosto de ler muitos autores nacionais e tenho uma preferência pela Literatura latino-americana. Acompanho também a poesia feita hoje, os novos poetas. E gosto da leitura de ensaios. O último que me dei de presente foi a coleção de ensaios de Otto Maria Carpeaux em quatro volumes “História da Literatura Ocidental” (Editora Leya)”.
Por Ana Lúcia Brandão
continua...
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