Essa menina que voa...
por que espécie de libertação foi acometida,
pra ter coragem de voar e ainda levar no rosto
tanta leveza e entrega?
Ela voa, e voa tão confiante,
que tem os olhos fechados,
as faces coradas, cabelos vermelhos...
vermelhos esvoaçantes...
Menina que voa,
o que deixou lá embaixo, no chão de sua vida?
Que nós desatou, pra se ver livre de vez
do que a amarrava ao pé de pesada cama?
Que medos superou,
que monstros enfrentou,
de que crenças se livrou?
As crenças,
as crenças, menina...
Aquelas que você imaginava possuir,
mas que te possuíam.
Como foi, menina,
que se libertou?
E cadê, menina, nessa sua face corada,
aquela ponta de expressão de culpa
que sempre te acompanhou?
Menina que voa...
não sei de onde pulou...
nem sei onde vai aterrissar.
Não sei se flanará longamente,
ou se seu voo será apenas um breve voar.
Não sei se pousará docemente,
ou se se estatelará.
Mas...
sei, sim, doce menina,
que esse vento no rosto,
e esse frescor na alma
jamais vão te abandonar...
Ana Lúcia Sorrentino
escrito em 29/08/2011
Menina Ana, seus versos são divinos.
ResponderExcluirDoce e espetacular!! Neste momento voo com a menina e deixo por baixo de mim, tudo o que tenho que analisar de longe...
ResponderExcluirRetrato perfeito da sobrevivência de muitas meninas nesse mundo. Um beijinho para você com votos de bom domingo.
ResponderExcluirConfesso que quando li, pensei de primeira, sem vacilar: SOU EU...Gente SOU EU...impressionante. Será que somos todas tão parecidas assim, pois a situação se encaixa perfeitamente no "meu momento". Amei o poema, coisa mais linda e verdadeira. Com todo respeito aos direitos autorais...rsrsrs...vai virar o "meu poema", embora saiba que vá ser o de milhares de "meninas" neste Brasil. Ana Uchôa
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