Um chora, outro grita.
As mães amamentam
e banham
e ninam
e nada.
É a fome,
a dor-de-barriga,
o sapinho, a lombriga,
e os poucos meses de vida
que absorvem tempo
e tempo
e tempo
e paciência.
E quem está em volta se perde
entre tantas voltas
e mamadeiras
e fraldas
e a falta de tempo,
que não sobra pra mais ninguém,
pra nada.
Quem sabe um dia
tudo volte à normalidade
e os filhos se tornem amigos
e essas mulheres voltem a amar
tudo e todos,
não um só.
Ana Lúcia Sorrentino (Alento, 2007)
As mães amamentam
e banham
e ninam
e nada.
É a fome,
a dor-de-barriga,
o sapinho, a lombriga,
e os poucos meses de vida
que absorvem tempo
e tempo
e tempo
e paciência.
E quem está em volta se perde
entre tantas voltas
e mamadeiras
e fraldas
e a falta de tempo,
que não sobra pra mais ninguém,
pra nada.
Quem sabe um dia
tudo volte à normalidade
e os filhos se tornem amigos
e essas mulheres voltem a amar
tudo e todos,
não um só.
Ana Lúcia Sorrentino (Alento, 2007)
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